domingo, 14 de junho de 2009
Tropas da ONU massacram população de subúrbio da capital do Haiti
* Legendas das fotos * Foto 1: No dia 6 de julho na bairro de Cite Soleil, da capital haitiana, Porto Príncipe, Fredi Romelus contava em prantos como tropas da ONU arremesaram granadas de gás para dentro de sua casa. Depois abriram fogo, matando sua mulher e duas filhas. ?Eles cercaram nossa casa nesta manhã e eu corri, pensando que minha mulher e as crianças estavam atrás de mim. Elas não conseguiram sair e eles atiraram em nossa casa?. Foto 2 e 3: Moradores/as de Cite Soleil aflitos/as após reconhecerem familiares assassinados pelas tropas da ONU em 6 de julho de 2005. Mais de 350 soldados executaram um ataque militar ostensivo na busca de militantes contrários às eleições marcadas para outubro, a ocupação militar e o golpe de Estado de março de 2004. Foto 4: Casa destruída pelo ataque. Tropas da ONU atiraram em casas, uma igreja e uma escola. Foram encontrados marcas de tiros em telhados, alvejados por dois helicópteros que sobrevoavam o bairro. Foto 5: Jean Jorel, representante do Lavalas e membro da Família Lavalas, partido do presidente deposto Jean Bertrand Aristide, comenta: ?Hoje todos os bairros populares estão sendo atacados?. Foto 6: Forças da ONU realizaram uma grande operação militar em outro bairro suburbano de Porto Príncipe, Bel Air, no dia 29 de junho, dizendo que apenas ?combatentes? (integrantes das chamadas gangues) foram mortos. Moradores/as negam a versão, afirmando que as forças atiraram e mataram espectadores/as desarmados/as assim como este trabalhador, que produzia sandálias. Foto 7 e 8: No dia 2 de junho, a Polícia Nacional Haitiana iniciou um sítio que durou quatro dias no bairro pró-Aristide de Bel Air. Pelo menos 30 pessoas foram mortas e mais de 15 casas foram quimadas. Foto 9: Leonce Chery, de 31 anos, momentos após levar um tiro em seu maxilar. Chery estava claramente desarmado e morreu em uma poça de seu próprio sangue. Foto 10: Stanley Romelus, de 4 anos de idade, levou um tiro em sua cabeça, disparado pelas tropas da ONU, de acordo com seu pai, Fredi Romelus. O menino foi morto em sua casa com sua mãe e irmão, após soldados da ONU atirarem indiscriminadamente no bairro de Cite Soleil, na cidade de Porto Príncipe, no dia 6 de julho. Foto 11: Deitados/a sobre sangue no chão da modesta causa onde a esposa de Fredi Romelus, Sonia, de 22 anos, foi assassinada pela mesma bala que passou pelo corpo de seu filho Nelson, de apenas um ano de idade. *** Cerca de 350 soldados da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah) atacaram o bairro Cite Soleil, subúrbio da capital Porto Príncipe. Com uso de tanques, gás lacrimogêneo e dois helicópteros, os soldados atiraram em casas, uma igreja e uma escola. Pelo menos 23 mortes foram confirmadas, mas o número pode chegar a 80. O comandante das tropas, o brasileiro Augusto Heleno Ribeiro, afirmou que a operação consistia na captura de um membro de grupos armados oriundos do bairro e que os soldados não iniciaram o tiroteio. De acordo com relatório de uma comissão haitiana de direitos humanos e de uma organização sindical dos EUA, a população do bairro afirma que o ataque visava integrantes do partido Lavalas, do presidente Jean Bertrand Aristide, derrubado por um golpe em março de 2004, e militantes contrários à ocupação militar do país pelas tropas lideradas pelo governo brasileiro. Segundo uma testemunha que não quis se identificar, pessoas foram mortas em casa, nas ruas e em seus locais de trabalho, mesmo estando desarmadas. Entre outras mortes, esta mesma testemunha conseguiu filmar cenas de Sonia Romelus e seus dois filhos, mortas por tiros após serem alvos de granadas de gás em sua própria casa. Ativistas em diversas partes dos Estados Unidos estão fazendo piquetes em frente a consulados brasileiros e irão realizar novas ações no dia 21 de julho. Entre 31 de maio e 29 de junho, cerca de 50 pessoas já haviam sido mortas pelas tropas da ONU e pela PNH. De acordo com um integrante do Lavalas, todos os bairros populares (Bel Air e Solino) estão sendo almejados por ataques. Correm boatos que na noite de 14 de julho, à 01h00, as tropas atacaram novamente o bairro Cite Soleil, deixando pelo menos três crianças mortas.
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