Esse trabalho abaixo foi apresentado pra avaliação na conclusão da disciplina Jornalismo Online I, com a Karina Nini. E como eu encontrei no blog do Julio e gosto dessa produção vou publica-la aqui.
Por: Juliane Oliveira, Jota Ninos e Júlio César Guimarães
Por: Juliane Oliveira, Jota Ninos e Júlio César Guimarães
A violência sexual contra crianças aumenta a cada dia. Segundo dados do Ministério da Justiça, somente nos últimos oito anos foram registrados 16.802 casos de abuso sexual contra criança. Isso indica que a cada quatro horas uma criança foi vítima desse tipo de abuso, nesse período. A informação faz parte do relatório do Sistema de Informação para a Infância e Adolescência (Sipia), órgão criado para subsidiar a adoção de decisões governamentais sobre políticas para crianças e adolescentes.
Ano passado mais de 800 crianças em todo o Brasil foram vítimas de estupro, segundo dados do Ministério da Saúde. As estatísticas foram divulgadas em 18 de maio deste ano, Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual. Estes dados apontam que “a proporção de estupros [em 2007] foi de 43,7% dos casos na faixa etária até 9 anos e chegou a 56,3% dos meninos e meninas com mais de 10 anos”. O mesmo levantamento indica que 59,4% dos registros são de casos envolvendo meninas e que pais, padrastos, tios e irmãos são os principais agressores.
A situação não é diferente em Santarém. Segundo Rui Nelson Pereira Matos, do Conselho Tutelar local, o número de denúncias sobre violência contra menores é de 35 casos por semana. Desse total, só nos cinco primeiros meses de 2008, pelo menos um caso de estupro foi registrado por semana.
Violência doméstica: devemos interceder em problemas que ocorrem no âmbito familiar?
Os dados de tantas pesquisas mostram que em âmbito mundial, cerca de 275 milhões de crianças sofrem com a violência doméstica. Em alguns países, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), do total de crianças que sofrem algum tipo de violência doméstica, 21% são abusadas sexualmente. Mas segundo Leila Paiva, coordenadora do Programa de Enfrentamento à Violência Sexual contra a Criança e o Adolescente da Secretaria de Direitos Humanos, em entrevista à Agência Brasil “existe um pensamento no imaginário popular de que não devemos interceder em problemas que ocorrem no âmbito familiar, o que é um equívoco”. É exatamente sobre esse questionamento que a juíza trabalhista e pesquisadora paraense Zuíla Dutra, baseou as teses de Doutorado condensadas no livro “Meninas Domésticas, Infâncias Destruídas”, onde afirma que meninas trazidas do interior para trabalhos domésticos são um dos alvos de violência constante. “Na maioria dos casos, a menina é vítima da perda de sua infância e adolescência, pois a vida longe de sua família tendencialmente desvirtua e destrói a identidade”, diz ela, ao defender que em caso de abusos seja necessária a interferência de vizinhos para evitar que alguns casos acabem em tragédia, como ocorreu em Belém há alguns anos, no caso da menina Marielma.
Os dados revelam que há muita tolerância nestes casos, entretanto, o aumento dos registros no Disque 100 mostra que o fato dele garantir o anonimato faz com que as pessoas se sintam mais à vontade para denunciar.
Segundo o IPAS , outro agravante da violência sexual são os dados de que entre 25 a 50% das sobreviventes da violência sexual são infectadas por uma DST, somando severas conseqüências físicas e emocionais.
Para Ariel Alves, do Conanda, a família não deve ser a única responsável por garantir os direitos da infância e juventude. “O próprio Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) diz que é um dever de todos: da família, do Estado e de toda a sociedade brasileira”, conclui.
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